Para o MESTRE ESPIRITUAL SRI PREM BABA, RELACIONAMENTOS e CASAMENTO são a escola para o AUTOCONHECIMENTO
De acordo com levantamento do Colégio Notarial do Brasil (CNB), o qual reúne tabeliães de notas que atuam em cartórios pelo país, houve o crescimento do número de divórcios durante a pandemia, 18,7% somente entre maio e junho. Essa informação gera uma maior preocupação nas pessoas em relação ao tema casamento.
“Os relacionamentos são o grande instrumento de aprendizado que temos nessa vida. Considero que se a vida é uma escola, relacionamentos são a sua universidade”, analisa Prem Baba, estudioso da vida, professor e mestre espiritual. Autor de vários livros, entre eles, Amar e Ser Livre, Prem Baba ensina que os relacionamentos permitem o acesso a um aprendizado que não seria possível de outra forma. “Aprendemos sobre humildade, aceitação e perdão. Aprendemos a lidar com frustração e perdas, tristeza e raiva, ciúmes e possessividade. E, também, como lidar com nossos medos.”
O relacionamento íntimo é a “célula da sociedade”. Prem Baba acrescenta que não dá para esperar nada de uma sociedade em que a base (família) gera filhos em meio a uma relação de guerra, ciúmes e possessividade. “O maior desafio para o ser humano, independente da religião, nacionalidade, classe social, é o de como se relacionar com o outro de uma forma construtiva. É o de como se relacionar afetivamente com alguém que se ama sem o machucar e sem se machucar. Esquecemos como fazer isso acontecer”, acredita Prem Baba.
O amor, na visão de Prem Baba, é o solvente universal para todos os males. “É a medicina para este momento crítico que atravessamos. E falo do amor em todas as suas dimensões: compaixão, gratidão, perdão, etc.”, pontua. O líder espiritual lembra que, ao longo da história, muito se falou, mas pouco se viveu o amor. “Ao longo dos últimos 10 mil anos, vejo um mar de sangue, muito medo, ódio e raras experiências de amor desinteressado.”
O teste final da universidade dos relacionamentos, ensina Prem Baba, é deixar o outro completamente livre, inclusive para não nos amar caso não possa ou não queira. “Se a gente entender o casamento como instrumento de crescimento, de expansão do potencial em todos os sentidos, incluindo a nossa capacidade de amar, inevitavelmente a prova final é desejar que o outro brilhe, independentemente daquilo que vai acontecer conosco”, explica Prem Baba.
E por que é tão difícil deixar a pessoa amada ser livre? O mestre espiritual afirma que essa necessidade de amor exclusivo é desenvolvida pelo ser humano ainda quando criança. “A criança desenvolve o ego, cuja natureza é querer amor exclusivo. Mas nós estamos aqui evoluindo em direção à consciência maior. Essa expansão implica amadurecer a ponto de abrir mão da necessidade de receber amor exclusivo”, detalha, Prem Baba. “Precisamos aprender a lidar com frustração, a sentir a tristeza de não sermos amados e nem por isso forçar o outro a nos amar”, adiciona ele. “Porque aí está a raiz da guerra, do jogo de acusações. Uma das raízes do sofrimento humano é forçar o outro a nos amar quando ele não pode.”
Para explicar essa necessidade do amor exclusivo, o professor explora o conceito da formação do ego na criança. Resumindo, ele diz que a criança chega ao mundo, e que isso é uma característica natural do ser humano, mas que, aos poucos, ela vai aprendendo a sentir ciúmes, a ser possessiva e a odiar, e daí acaba se esquecendo da sua natureza amorosa.
“Ela desenvolve a necessidade de querer receber o amor exclusivo, o que faz com que dependa do outro. Acredita que a felicidade vem de fora, que precisa receber isso”, descreve Prem Baba. “Sua vida é dedicada a desenvolver habilidades para forçar o outro a dar aquilo que sente que precisa. Ela perde a conexão com a fonte, perde a conexão com esse amor puro que ficou esquecido.”
Na visão do mestre espiritual, o desafio é como desaprender a odiar. “O amor já está lá, mas como remover as camadas adquiridas ao longo do tempo? Como superar a carência afetiva, deixar de ser insegura? Como conseguir ir além dos ciúmes? Como superar a possessividade?”, questiona.
O líder espiritual responde todas essas perguntas com uma única palavra: o autoconhecimento. E Prem Baba propõe um método para essa jornada. O primeiro passo é tomar consciência das limitações e da existência dos sentimentos: ciúmes e possessividade. “Aos poucos, procure fazer uma relação de causa e efeito. De onde vem, por que está se manifestando dessa maneira, onde foi que surgiu e, devagarinho, aprenderá que o que ocorre é um encantamento com uma história que você contou para você mesmo, ou que contaram para você”, revela.
O estudioso convida você a um momento de reflexão. “Preste atenção no que estou dizendo: você contou para você mesmo que é ciumento. Você contou (ou contaram) para você que você tem ódio. Que você é inseguro. E você ficou encantado com essa história. E o que eu estou te ensinando agora é: acorde desse encantamento.” E ele continua: “Reflita comigo. Quem é você de fato? Você é essa pessoa que sente ciúmes? Que tem tanto medo da vida, que é tão insegura? Quem disse que você precisa amarrar o outro ao pé da cama para poder se sentir mais confiante no seu casamento?”.
Pelo método sugerido por Prem Baba, a ideia é que a pessoa identifique o encantamento, entenda que se trata de uma crença construída e que ela não corresponde à realidade. “Vou mostrando pouco a pouco que, na verdade, esse não é você, é somente uma crença que foi construída e você se identificou com essa crença. Chamo isso de encantamento, um encantamento com sua própria história”, explica o mestre espiritual. “Depois de identificar o encantamento, é necessário entrar em contato com os sentimentos que de alguma maneira estão mantendo a sua identificação com isso. E então você vai se liberando, vai soltando, até que pouco a pouco consegue realmente se desidentificar”.
Em sua experiência, o professor diz que o maior de todos os medos talvez seja a exclusão. “O medo da exclusão pode incluir a traição, a rejeição, porque possivelmente fomos abandonados, rejeitados e humilhados. E essas marcas continuam em nosso sistema”, afirma Prem Baba. “Todos nós carregamos feridas geradas pelo desamor, geradas por esses choques de exclusão e de abandono. Por conta disso, simplesmente continuamos reproduzindo e reproduzindo.”
Um dos exemplos dos sentimentos descritos por Prem Baba que se baseia nessa repetição mecânica é o casamento. Para ele, esse tipo de relacionamento se apoia na necessidade de domínio. “É nessa repetição mecânica que se baseia aquilo que eu chamo de velho casamento, que é basicamente uma instituição construída com base em um pensamento coletivo fortalecido pela cultura, pela religião e por impulsos inconscientes. Na verdade, se baseia nos sentimentos que estou descrevendo: necessidade de domínio, de controle. É uma forma de saciar a carência, de aliviar o medo e a solidão”, destaca.
“O casamento é apenas um instrumento. Para realmente superar esses sentimentos de abandono é preciso um trabalho pessoal de autodesenvolvimento”, garante o mestre espiritual. Dessa maneira, ele propõe um novo modelo de casamento. “A ideia é você compreender que o outro é um espelho que ajuda você a se ver”, diz o Prem Baba.
Para essa nova conformação de casamento de fato acontecer, existem alguns ingredientes básicos: parceria, cumplicidade e intimidade. “Os dois precisam estar de mãos dadas, olhando para a mesma direção. No novo casamento não cabem segredos. É preciso transparência e honestidade. Se faz necessária auto responsabilidade, inclusive, para poder superar as dificuldades que surgem dentro dos relacionamentos”, detalha Prem Baba. “Somente assim é possível evitar o jogo de acusações por conta das inseguranças: o vício de que a nossa felicidade depende do outro.”
Como já observou anteriormente, o estudioso da vida aposta no relacionamento como instrumento para acordar os potenciais e atingir o principal da vida, a auto realização. Para ele, todo tipo de relação oferece uma oportunidade de crescimento. “A minha ideia é tentar iluminar os pontos mais escuros que surgem nas relações humanas e oferecer soluções práticas, que passam por como lidar com as dificuldades que surgem, como transitar do sofrimento para a alegria, transitar desse velho modelo de casamento para o novo modelo de casamento”, esclarece.
Prem Baba acredita que só é possível estar bem com alguém se você estiver consigo mesmo. “Muitas vezes a gente não se suporta, mas quer que o outro nos suporte. Às vezes, a gente não se atura, mas acreditamos que o outro tem a obrigação de nos aturar”, reflete ele. Para o mestre espiritual, parte do processo de desvendamento do amor é ficar sozinho. “Às vezes o remédio é ficar sozinho para poder conseguir lidar com determinados sentimentos, superar medos, superar carências até que estejamos em condições de entrar de novo na universidade (das relações).
O estudioso da vida distingue três princípios da consciência humana: sexo, Eros e o amor. E esclarece como cada um desses princípios opera dentro da pessoa e na sua interação com outras pessoas.
“O sexo é um impulso instintivo, é um impulso biológico, é do animal homem, a busca pela fusão através do encontro corporal. Eros é um impulso psíquico, é o que conhecemos como paixão, que independe de sexo e independe também de amor. Eros é um arrebatamento e é onde experienciamos as primeiras notas do amor”, ensina Prem Baba. “O amor em si é um fenômeno raro nesse planeta. O amor é realmente querer ver o outro brilhar de uma forma desinteressada.”
O ideal é que os três princípios possam operar em conjunto, mas como observa o mestre espiritual, houve distorções ao longo do tempo. “Um dos principais motivos da distorção é a repressão da sexualidade. Ela criou a pornografia, que criou a promiscuidade, que criou exatamente a necessidade de dominação do outro para satisfazer impulsos sexuais reprimidos em algum momento”, acrescenta.
Nas palavras de Prem Baba, o nome dessa distorção é luxúria. “É quando você utiliza sua energia sexual para ter domínio sobre o outro, fazer do outro um escravo, que atenda seus caprichos e exigências. Você não vê o outro, só quer satisfazer suas necessidades”, destaca. “Essa distorção foi criada ao longo do tempo e estou propondo uma cura. Para Integrar sexualidade, eroticidade e amor, é necessário olhar de frente para as distorções que estão dentro de você e que criam sofrimento e infelicidade em seus relacionamentos. O objetivo é Amar E Ser Livre.”