Não é por acaso que as forças do desejo e do prazer são tão reprimidas na história da humanidade e na atualidade. Elas são os poderes que criam e modificam a vida, não somente no aspecto sexual, mas nas mais diferentes áreas da vida humana. Sabemos, no entanto, que tudo aquilo que é reprimido moral e religiosamente ganha um poder maior no nosso subconsciente, dando origem a distorções, como culpas e vícios. Afinal, o que você pode fazer se está com um desejo em comer algo que não deve, mas continua desejando mesmo assim? O que pode fazer se tem desejo sexual em algum fetiche e isso é considerado incorreto pela sociedade, mas continua desejando? Não é uma proibição externa que vai fazer com que você deixe de sentir desejo.
Não é por acaso que as forças do desejo e do prazer são tão reprimidas na história da humanidade e na atualidade. Elas são os poderes que criam e modificam a vida, não somente no aspecto sexual, mas nas mais diferentes áreas da vida humana. Sabemos, no entanto, que tudo aquilo que é reprimido moral e religiosamente ganha um poder maior no nosso subconsciente, dando origem a distorções, como culpas e vícios. Afinal, o que você pode fazer se está com um desejo em comer algo que não deve, mas continua desejando mesmo assim? O que pode fazer se tem desejo sexual em algum fetiche e isso é considerado incorreto pela sociedade, mas continua desejando? Não é uma proibição externa que vai fazer com que você deixe de sentir desejo.
Percebo que a grande confusão está no fato de alguns caminhos religiosos e espirituais desconsiderarem que o desejo e o prazer fazem parte da vida. Na verdade, o prazer é um dos propósitos da vida humana, vital para a saúde mental, emocional e física, essencial para o nosso bem-estar. Mas o prazer precisa estar alinhado aos demais propósitos, sem que se torne o único direcionador do seu caminho. Viver somente em busca do prazer, satisfazendo os seus desejos, não preencherá a sua existência.
O prazer se dá na realização do ato de desejar, por isso percebo que o prazer é a força que molda o nosso destino. Somos o que o nosso desejo mais profundo é, pois é a partir do desejar que a nossa força de vontade é direcionada, dando forma ao nosso destino de acordo com os nossos pensamentos, palavras e ações. Portanto percebo que o prazer é a chave espiritual que tem o poder de abrir a porta para o inferno ou para o céu dentro de nós, compreendendo como inferno uma vida criada pelo nosso eu-inferior e céu uma vida criada pelo nosso eu divino.
Precisamos satisfazer os nossos desejos por prazer na vida, desde que eles nos façam bem e não façam mal a ninguém, sendo uma ação livre de violência. Com isso, vamos tornando a nossa vida mais alegre e gratificante. Ao mesmo tempo em que vamos estudando as partes em nós que têm prazer em coisas que nos fazem mal ou que causam mal a outras pessoas, pois desejar esse prazer negativamente orientado direcionará o nosso destino para um caminho contrário à iluminação. O prazer precisa ser administrado pelo eu-consciente, que sabe o que faz bem para você e o que é o mais importante para o seu caminho de libertação espiritual, aprendendo a direcionar o desejo para aquilo que contribui para a sua ascensão.
Sabendo que isso é uma etapa importante da vida humana, mas não tão importante quanto a libertação espiritual, que é o objetivo da vida. E para alcançar a libertação espiritual precisamos abrir mão do desejo em algum momento. Sabiamente, Buddha disse que o desejo é a causa do sofrimento, pois sofremos se não conseguimos atingir o alvo desejado e sofremos se o perdemos. Se conseguirmos ser indiferentes quando nosso prazer é satisfeito ou quando ele não é satisfeito, se isso não causar sofrimento, conseguimos nos libertar.
Sinto que posso colaborar com este tema enfatizando que não existe mal algum em satisfazer seus desejos, contanto que eles sejam sabiamente canalizados para atividades que proporcionem prazer sem causar sofrimento para você e para os outros. É fundamental que esses desejos não se tornem cadeias que nos aprisionam; a incapacidade de realizá-los não deve ser fonte de angústia e sofrimento. Desejo e prazer devem ser experienciados com sabedoria e alegria, livre de culpa, pois é nosso merecimento desfrutar da vida dessa forma.
Sri Prem Baba