As manifestações sociais de ódio sempre estiveram presentes na história da humanidade, mas é verdade que, com o advento da internet e a chegada das redes sociais, aquilo que muitas vezes ficava restrito às conversas dentro de casa ou no bar com os amigos acabou recebendo a alforria para alcançar mais pessoas. Afinal, existe um estímulo para interagir, comentar e opinar. Não importa muito a qualidade do seu ponto de vista, o importante é que você fale. Mas as manifestações dos haters, termo usado popularmente para descrever as pessoas que expressam desdém ou ódio em relação a alguém nas plataformas online, são um fenômeno atual que evidenciam a natureza inferior humana em ação. É neste mundo em que vivemos e é com esses desafios que precisamos aprender a conviver sem sermos tragados pela força gravitacional do ódio.
As manifestações sociais de ódio sempre estiveram presentes na história da humanidade, mas é verdade que, com o advento da internet e a chegada das redes sociais, aquilo que muitas vezes ficava restrito às conversas dentro de casa ou no bar com os amigos acabou recebendo a alforria para alcançar mais pessoas. Afinal, existe um estímulo para interagir, comentar e opinar. Não importa muito a qualidade do seu ponto de vista, o importante é que você fale. Mas as manifestações dos haters, termo usado popularmente para descrever as pessoas que expressam desdém ou ódio em relação a alguém nas plataformas online, são um fenômeno atual que evidenciam a natureza inferior humana em ação. É neste mundo em que vivemos e é com esses desafios que precisamos aprender a conviver sem sermos tragados pela força gravitacional do ódio.
Desde a antiguidade, o prazer em odiar e punir publicamente esteve presente na sociedade. As crucificações, enforcamentos e fogueiras com execuções públicas eram eventos que atraíam grandes multidões para assistir e, muitas vezes, para aplaudir a punição. Uma forma de entretenimento socialmente aceito e incentivado, com requintes de crueldade, que, guardadas as devidas proporções, manifesta-se também no prazer que os haters têm em expressar sua raiva e diminuir o seu alvo. A busca pelo prazer em atividades negativas está ligada à liberação de dopamina no cérebro, proporcionando uma sensação temporária de bem-estar. Nesses casos, criticar ou menosprezar os outros pode dar às pessoas uma sensação de superioridade e poder, e isso alimenta ainda mais esse comportamento, o que denota um claro desvio de caráter.
Mas onde há ódio, há geralmente uma dor subjacente. Onde há necessidade de se mostrar superior, há um complexo de inferioridade. A internet não tornou o ser humano pior, mas ajudou a libertar ainda mais a matriz da ira, devido ao anonimato e ao distanciamento proporcionados pelas plataformas digitais, pois as pessoas podem expressar o seu ódio sem enfrentar as consequências diretas. A facilidade de disseminação dessas mensagens faz com que os discursos de ódio se propaguem rapidamente, criando um comportamento de manada, unindo as pessoas ao redor de um inimigo em comum. Obviamente que a ira nem sempre se manifesta diretamente, mas usa diferentes máscaras mais aceitas socialmente para destilar o seu veneno: o justiceiro, o revoltado, o defensor da moral, o ativista e muitos outros.
Essas máscaras e toda a violência propagada pelos haters estão tentando esconder aquilo que é evidente: inveja e ciúmes (o sentimento de inferioridade que leva as pessoas a depreciarem os outros para se sentirem melhor consigo mesmas); desespero por atenção e reconhecimento, frustração (pessoas insatisfeitas com suas vidas projetam suas frustrações nos outros) e necessidade de pertencimento (ser parte de um grupo de pessoas que não gosta de algo proporciona uma falsa sensação de comunidade).
Para você que é um buscador da verdade, compreender o fenômeno é o primeiro passo para proteger sua mente e o seu coração dessa lama. O segundo passo é a presença. Essas pessoas estão no inferno, e ninguém quer ficar no inferno sozinho, portanto elas vão tentar a sua presença, seja para que você se junte à manada inconsciente em odiar o alvo, seja em querer defender quem está sendo atacado, também de forma violenta. Lembre-se que não existe dharma maior do que Ahimsa, que é a não violência. Portanto, tomar partido em algum lado dessa guerra para atacar ou defender tende a conduzir você para um rebaixamento da consciência. É claro que, dependendo da situação, você precisa agir, pois muitas vezes a situação pode requerer que você tome alguma atitude. Se esse for o caso, lembre-se de lutar sem ódio e isso requer treinamento. O verdadeiro ato de coragem é não recorrer à violência, pois ela nasce do ódio. Cultivar a firmeza no amor e na compaixão é a verdadeira coragem nos nossos tempos. Celebremos o prazer em amar!