
julho 17, 2020
Eu entendo que a vida em comunidade é a solução para um grande grupo de almas que começaram a despertar. Acredito que esteja claro para todos que nos assistem que estamos no início de uma revolução de consciência ou de uma transição extraordinária e excepcional. Nada será como antes em nosso mundo.
Estamos ainda numa fase de desconstrução. Essa proximidade com a doença e com a morte, que se dá por conta desta pandemia, nos faz mais conscientes da realidade que tanto evitamos ver. Nos faz conscientes da impermanência e de que tudo o que é vivo tem prazo de validade. E que o nosso prazo de validade pode expirar a qualquer momento…. a verdade é que a vida vive por um fio que pode ser rompido a qualquer momento.
Esse entendimento que a vida vive por um fio, aguça nossa percepção e nos tira de uma zona de conforto.
Esse é o início de um despertar. E um despertar que está acontecendo massivamente. Obviamente que existem graus diferentes de percepção… ou graus deste despertar, mas é um fato que um número grande de almas está começando a questionar suas escolhas, seu modo de vida… o que amplia tremendamente a sensibilidade….O que consequentemente torna a vida em cidades e, especialmente nos grandes centros, impossível para a maioria dessas pessoas. Para elas é uma questão de sobrevivência. Pois ela se sente asfixiada se passa do tempo que o aparelho psicofísico consegue suportar uma carga vibracional mais densa. Uma carga de crueldade.
E a solução para esse grupo de almas é se organizar em comunidades.
Então você me pergunta qual a importância de comunidades nesta fase da transição?
E aí é que entram alguns desafios para as comunidades que já estão estabelecidas.
Porque a vida em comunidade obviamente que tem seus desafios. Desafios que são inerentes à vida comunitária.
Especialmente na esfera das relações. Como costumo dizer: se a vida é uma escola, relacionamentos é a sua universidade. E não só relacionamentos afetivo sexuais. Todo tipo de relacionamento é um tremendo material de escola que nos desafia. E que exige conhecimento para atravessar essas provações. Entendo que muito sofrimento desnecessário seria evitado se tivéssemos esse conhecimento ou um foco no estudo de como nos relacionarmos de maneira construtiva.
Por exemplo: é fundamental aprendermos a respeitar a opinião dos demais mesmo que seja diferente da nossa. Respeitar o outro assim como queremos ser respeitados. Não impor sua opinião a ninguém. Entendendo que todo desacordo nasce quando um, no lugar de caminhar pelo seu próprio rumo, segue julgando e buscando erros nos demais. Não podemos nos esquecer de tratar a todos com respeito e simpatia. E ao mesmo tempo lidar com nossas sombras e com as sombras do outro. Lidar com o nosso sadomasoquismo e com o sadomasoquismo alheio.
Este é um ponto importante. Você me pergunta quais os passos mais importantes a serem dados?
Esse sempre foi um ponto importante. Mas a novidade deste ciclo do tempo é a urgência de imprimirmos na vida comunitária uma frequência espiritual. Porque nem todas as comunidades têm um foco no desenvolvimento espiritual.
E o aspecto principal desta transição é exatamente a necessidade de ampliarmos nossa inteligência espiritual.
Poderia dizer que a crise global que vivemos, manifestada nos mais diferentes setores, é essencialmente uma crise espiritual.
No epicentro da crise está a inconsciência a respeito da nossa verdadeira natureza. Esta é a origem da nossa inabilidade de lidar com nossos medos, com nossas frustrações, com nossas perdas, nossas diferenças, nossas raivas, nossas dificuldades diante da impermanência das coisas…
É a origem da nossa inabilidade de amar e de ser feliz.
Porque a desconstrução que vivemos neste momento, é uma desconstrução da ilusão. É para que fique somente o que é verdadeiro. E o ciclo seguinte é para que essa verdade possa se enraizar e que em algum momento possa brotar e dar flores e frutos que são paz, harmonia e felicidade verdadeira.
Esse processo de expansão da consciência espiritual vai acontecer de maneira particular em cada comunidade. Mesmo que cada um tenha seu caminho e entendimento do que é a espiritualidade e do que precisa neste momento particular da sua vida, normalmente o tom da frequência de estudo e caminho é dado pela principal liderança da comunidade. Isso é um processo natural.
Por mais que muitas oitavas de trabalho dentro de uma comunidade possam se organizar com base numa visão sociocrática… o tom da frequência espiritual é teocrática. Assim é! Você sente atração por uma comunidade por conta da frequência que foi ancorada ali pelo líder que começou a juntar as pessoas.
Sinceramente eu acredito que se não trabalharmos firmemente com o propósito de desenvolver a consciência espiritual primeiramente para nós mesmos e na sequência para nossas crianças e jovens… sinceramente não vejo horizontes para a nossa sociedade.
Não estou aqui apresentando uma solução, estou propondo uma reflexão para que vocês possam fazer e chegar por vocês mesmos em respostas de acordo com a necessidade de cada comunidade. Espero ter colaborado.